Anjo

Paz e bem,


Victor, o meu segundo filho, tinha uma saúde frágil. Àquela época, havia pouco que ele tinha saído de um longo período de internação por causa de uma broncopneumonia. Quando cheguei em casa, minha esposa me chamou a atenção para o peculiar modo de andar que ele estava apresentando, caminhava com um braço preso ao tronco e inclinado para o lado. É claro que ficamos preocupados, Victória era recém-nascida e por isso eu fui sozinho com Victor ao hospital. No caminho eu olhava para aquele corpinho magro, frágil como de um passarinho, olhos fundos, melancólicos. 




Eu olhava para aquele corpinho, o bracinho fino preso ao corpo, e ali eu clamei a Deus. Clamei como quem rasga o coração. Clamei como quem não tem em quem se segurar e, por isso mesmo, ousa tocar o intangível. Ali ao volante, com meu filho deitado no banco de trás, eu clamei por ele e por mim.

Chegamos ao hospital. Seguimos o longo protocolo de entrada, cadastro, espera, exames, angústia, preocupação e oração. Enfim, o diagnóstico, pneumonia. A internação tinha de ser imediata, e assim foi. Levaram o meu passarinho para o quarto. Assisti seu corpinho sendo depositado na cama, seu bracinho furado para a entrada do soro e medicação, seus olhinhos tristes, de uma tristeza resignada. Fiquei ali, a seu lado, não sabia o que dizer para dar ânimo ou deixá-lo mais confortável. Eu também não estava nem animado, nem confortável, de mais a mais sempre fui péssimo em levantar astral de quem está prá baixo, principalmente quando é o meu astral. Hoje, depois de tantas lutas, ainda tenho muito que aprender na preciosa missão de consolar os aflitos.

Ele adormeceu, eu me deitei e tentei dormi. Acordei no meio da noite, assustado, como costuma acontecer com pais que têm filhos enfermos no hospital. E foi aí que eu o vi. Ao lado da cama, em pé, olhava para Victor com um misto de carinho e cuidado. Eu firmei os olhos, na esperança de ver aquela visão desvanecer, mas ele continuava ali, impassível à minha presença, apenas olhando e zelando pelo outro anjinho que estava na cama. Havia uma voz que tranqüilizou o meu coração, embora não ouvisse nada, é como se alguém dissesse: “fique tranqüilo, eu estou com você”. Depois, de ouvir a voz do silêncio, olhei de novo, desta vez não o vi, mas tinha certeza que ele continuava ali. Dormi em paz.

A Bíblia diz que o Anjo do Senhor acampa ao redor daqueles que o temem e os protege. Tenho sentido esta realidade em minha vida, às vezes ele se faz visível, principalmente em momentos difíceis como canal da velha e boa mensagem que ouvi uma vez lá no hospital: “fique tranqüilo, eu estou com você”.

Eu sei que Ele está e sempre estará comigo. E eu estou em paz.


Os anjos do Senhor também estão acampados ao seu redor. Descanse nesta certeza.
 

Pr. Denilson Torres
Ministério Fruto do Espírito

Comentários

  1. Meire Figueiredo Vasconcelos Robalo21 de março de 2011 às 20:00

    Paz e Graça, Pastor tenho uma palavra para ti, "coragem" Sabemos que és servo de Deus, juntamente c/ sua família. Como tens conhecimento o inimigo tenta derrubar de todas as maneiras pois o encardido não tira férias numca, mas c/ Jesus á frente de sua causa, lutas terás contudo a vitória é certa, tudo serve p/ a glorificação do nome misericordioso JESUS CRISTO.

    ResponderExcluir
  2. Querida irmã,

    Obrigado pelas palavras. Deus tem me sustentado a cada dia e o meu coração transborda de gratidão ao nosso Deus e à intercessão dos santos.

    ResponderExcluir
  3. Pr Denilson tenho visto na pessoa do sr um pastor um irmão mais chegado q/ um irmão biologico quero aprender sempre com o sr a olhar só p/ cima e ñ p/ baixo ainda que a luta seja travada eu como o senhor serei mais do que vitoriosa.Que Deus sempre continue a abençoar a pessoa do Sr com toda família e seu ministério.A paz hj e sempre

    ResponderExcluir

Postar um comentário

Deixe aqui o Seu comentário, crítica, sugestão, elogio...